sábado, 5 de maio de 2012

BARROCO E ROCOCÓ NAS IGREJAS DO RIO






Texto de Lívia de Almeida transcrito da Veja-Rio de 3/12/08. Fotos do editor do blog.


Rio de Janeiro colonial sobrevive em meio ao burburinho do Centro


Outeiro da Glória

Rio de Janeiro colonial sobrevive em meio ao burburinho do Centro. A melhor representação desse período está no quadrilátero cujos vértices são o Outeiro da Glória, o Morro de São Bento e o que restou dos morros do Castelo e de Santo AntônioNa região há um conjunto de vinte igrejas tombadas por seu inestimável valor histórico. Para apreciar essas relíquias da arquitetura sacra do século XVIII, basta disposição para caminhar. E conhecimento para elaborar o roteiro, que pode ser feito após a leitura do recém-lançado guia Barroco e Rococó nas Igrejas do Rio de Janeiro (R$ 90,00), das historiadoras da arte Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira e Fátima Justiniano. Editada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a obra se divide em três pequenos volumes que cabem numa bolsa. "É um verdadeiro milagre que tenha sobrevivido até hoje um patrimônio tão rico", destaca Myriam, que é conselheira do instituto.


Na região há um conjunto de vinte igrejas tombadas


a encantadora Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens

Os livros, didáticos e bem ilustrados, sugerem quatro percursos que incluem preciosidades pouco conhecidas dos cariocas, como a encantadora Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, na Rua da Alfândega. Sua ornamentação rococó permanece quase intocada desde o início do século XIX. Se o tempo for escasso, Myriam recomenda reduzir a visitação a quatro endereços. Dois deles, as igrejas de São Bento e de São Francisco da Penitência, ilustram magnificamente o estilo barroco. A Igreja do Carmo da Antiga Sé, na Praça XV, exuberante após recente restauração, e a de Santa Rita encarnam o auge do rococó. "São obras-primas", diz a historiadora.


talhas douradas elaboradíssimas


o que restou dos morros do Castelo...

No primeiro volume, é apresentado o contexto histórico, com explicações sobre as particularidades dos dois estilos associados ao período colonial. O barroco, que surgiu na Itália, ligado à Contra-Reforma, salta aos olhos pelo excesso e pela opulência nas ornamentações de interiores, em contraste com exteriores austeros. São talhas douradas elaboradíssimas, magníficas pinturas de teto, esculturas dramáticas. Toda essa volúpia visual estava a serviço da doutrinação religiosa. "Procura-se concentrar a maior quantidade de informação possível no menor espaço", explica Myriam. Embora muitos apontem o Mosteiro de São Bento como o ícone do barroco na cidade, na verdade ele exibe estilos de diferentes épocas, habilmente integrados pelos beneditinos. Para a historiadora, impressionante mesmo é a unidade estilística da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, no Largo da Carioca, erigida entre 1726 e 1743. Trata-se de um barroco à moda de dom João V, enriquecido pelo toque dos entalhadores portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito.


...e de Santo Antônio


Igreja de Santa Rita

O rococó proliferou numa fase posterior. Chegou ao Rio na segunda metade do século XVIII, na época em que a cidade virava sede da colônia, e por isso foi mais difundido. Começou na França como decoração de interior de residências. Enquanto o barroco se caracteriza pela densidade e pela intensidade, o rococó é leve e iluminado. "O Rio é uma cidade rococó. Aqui tudo é festa: o ouro dá vida aos detalhes e contrasta com as paredes brancas. Há espaço para o cheio e o vazio", descreve Myriam. Na esquina da Avenida Marechal Floriano com a Rua Miguel Couto, a Igreja de Santa Ritafoi a primeira a adotar o estilo em sua talha, executada entre 1753 e 1759. Ao contrário de outras construções do período, ela não sofreu acréscimos no fim do século XIX, quando o ecletismo acadêmico passou a achar pobre a presença de todo aquele espaço em branco – e decidiu preenchê-lo. No segundo volume do guia, dedicado ao entorno da Praça Quinze, as autoras chamam atenção para os enfeites acrescentados à Igreja da Ordem Terceira do Carmo. "Foi tudo preenchido", conta Myriam, mineira de São João del-Rei, há dezoito anos na cidade. "Quando cheguei, tinha dificuldade de assimilar essas mudanças. Mas no Rio até os acréscimos eram feitos com extrema perícia."

Igrejas e Catedrais do Rio de Janeiro


Avenida Republica do Chile, 245, Centro 

Tel.: (21) 2240-2669/2869,
Estilo: moderno
Capacidade: 20 mil pessoas em pé
Reserva: um mês antes
Preço: R$ 300,00
 
Igreja Cristo Redentor
Rua das Laranjeiras, 519, Laranjeiras
Tel: (21) 2558-5179
Estilo: clássico
Capacidade: 600 pessoas
Reserva: seis meses antes
Preço: R$ 150,00

Igreja da Imaculada Conceição do Rio de Janeiro
Praia de Botafogo, 266 - Botafogo
Tel.: (21) 2551-7948
Estilo: gótico
Capacidade: aproximadamente 900 pessoas
Reserva: as marcações de casamentos para o ano abrem a partir de outubro
Preço: R$ 700,00
Igreja de Santa Rita do Rio de Janeiro
Largo de Santa Rita, s/n°, Centro
Tel.: (21) 2253-7564/2233-2731
Estilo: barroco
Capacidade: 250 pessoas
Reserva: três meses antes
Preço: R$ 110,00
 
Igreja de Nossa Senhora da Candelária do Rio de Janeiro
Praça Pio x, s/n°, Centro
Tel.: (21) 2233-2324
Capacidade: 400 pessoas
Estilo: barroco
Reserva: seis meses antes
Preço:50,00
Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores
Rua do Ouvidor, 35, Centro
Tel.: (21) 2509-2339
Estilo: neoclássico
Capacidade: 100 pessoas
Reserva: quatro meses antes
Preço: R$ 790,00

Igreja Nossa Senhora da Paz
R. Visconde de Pirajá, 339, Ipanema
Tel: (21) 2523-4543
Estilo: neorromântico
Capacidade: 500 pessoas
Reserva: um ano antes
Preço: R$ 400,00 (inclui tapete, iluminação e celebrante)

Igreja Nossa Senhora de Copacabana e Capela de Sta. Rosa de Lima
R. Hilário Gouveia,36, Copacabana
Tel: (21) 2548-5095
Estilo: moderno
Capacidade: 700 pessoas sentadas; capela Sta. Rosa, 150 pessoas sentadas
Reserva: sob consulta
Preço: sob consulta
 
Igreja de Nossa Senhora do Brasil do Rio de Janeiro
Avenida Portugal, 772, Botafogo
Tel.: (21) 2295-0496
Estilo: colonial
Capacidade: 150 pessoas sentadas
Preço: R$:300,00 
 
Igreja de Santa Cruz dos Militares Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 36, Centro
Tel.: (21) 2509-4858
Estilo: Barroco
Capacidade: 190 pessoas
Reserva: um ano antes
Preço: sob consulta

Igreja Nossa Senhora do Monte do Carmo - Antiga Catedral
Rua Primeiro de Março, s/n°, Centro
Tel.: (21) 2242-7766
Estilo: barroco
Reserva: um ano antes
Capacidade: 400 pessoas sentadas
Preço: R$ 500,00


Igreja São Francisco de Paula
Lgo São Francisco, s/nº, Centro
Tel: (21) 2509-0070
Estilo: barroco
Capacidade: 180 pessoas
Reserva: três meses
Preço: sob consulta
 
Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro

Praça Nossa Senhora da Glória, 135 - Glória
Tel.: (21) 2557-4600
Estilo: barroco
Capacidade: 120 pessoas
Reserva: um ano
Preço: R$ 200,00

Igreja de Nossa Senhora da Penha

Largo da Penha, 19 - Penha
Tels.: (21) 2290-0942/3887-5155
Estilo: Barroco
Capacidade: 250 pessoas sentadas
Reservas: um ano e seis meses
Preço: R$ 3 mil

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Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência



Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
ConventoSantoAntonio3-CCBY.jpg
Morro de Santo Antônio. A Igreja da Ordem Terceira é a da direita, com três corpos. Os edifícios à esquerda são a igreja e convento de Santo Antônio
Orientação:
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência é uma igreja colonial localizada junto ao Convento de Santo Antônio, no morro do mesmo nome, no centro da cidadedo Rio de Janeiro. Pela sua decoração barroca exuberante, é considerada uma das mais importantes da cidade e do país.

Índice

  [esconder

[editar]Histórico e descrição

Os frades da Ordem dos Terceiros de São Francisco se instalaram no Rio de Janeiro em 1619, ocupando uma capela dentro da igreja do convento franciscano de Santo Antônio, localizado no alto de um morro (o Morro de Santo Antônio). Na metade do século XVII, o convento franciscano lhes doou um terreno ao lado da igreja do convento para que construíssem aí seu próprio templo. A Igreja de São Francisco da Penitência foi construída, com interrupções, entre 1657 e 1733.
Nave, arco-cruzeiro e capela-mor da Igreja de São Francisco da Penitência.
Além da igreja, a Ordem construiu no século XVIII um hospital (Hospital de São Francisco da Penitência) no largo em frente ao morro (o Largo da Carioca). No início do século XX, durante as reformas promovidas pelo prefeito Pereira Passos, o hospital foi transferido e o edifício demolido.

[editar]Fachada

A fachada da igreja, de aparência pouco comum para um edifício religioso, está dividida em três corpos, cada um com um portal, dois janelões e telhado independente. Os portais são de pedra de lioz e foram trazidos de Portugal. O corpo central tem um portal mais elaborado, com cunhais torcidos, característicamente barrocos, e um medalhão com o brasão da ordem. O frontão do corpo central é ondulado e possui um óculo.

[editar]Interior

Altar-mor da Igreja de São Francisco da Penitência.
O interior da Igreja de São Francisco da Penitência é simples na sua planta (retangular com uma nave) mas excepcional na unidade de estilo e qualidade da talha dourada dos altares e paredes, que cobrem toda a superfície disponível, e da pintura do forro de madeira do teto. A obra de talha é obra dos portugueses Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito, que trabalharam na igreja no período entre 1726 e 1743. A talha é joanina, típica da época de D. João V. Mais tarde, Francisco Xavier de Brito mudou-se a Minas Gerais e decorou com talha também em estilo joanino partes da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Vila Rica (Ouro Preto), que viria a influenciar enormemente o estilo joanino na capitania de Minas Gerais.
No corpo esquerdo da igreja se encontra a Capela da Conceição, conectada à igreja do convento vizinho, e também decorada com exuberante talha dourada.
A decoração da igreja é completada pela belíssima pintura do teto de madeira, retratando aGlorificação de São Francisco, executada pelo pintor português Caetano da Costa Coelhoentre 1736 e 1741 em estilo ilusionista barroco.O mesmo Caetano da Costa Coelho, após este trbalho iria fazer o douramento da talha no Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro no ano de 1742.A pintura do teto dessa igreja é a primeira que simula a perspectiva no Brasil, técnica que seria depois muito usada em tempos coloniais em Minas GeraisPernambuco e Bahia. Caetano da Costa também dourou a talha da igreja e executou os painéis laterais da capela-mor.

[editar]Museu

Junto com a igreja do Mosteiro de São Bento, a Igreja de São Francisco da Penitência é o principal mostruário de arte total barroca no Rio de Janeiro. Atualmente a igreja funciona como Museu de Arte Sacra, merecendo ser visitado junto com o vizinho Convento de Santo Antônio.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

fotos




Arte/Cultura/Diversão/Agenda A arte barroca e a decoração das igrejas



Rio de Janeiro


Na nave da Igreja do Mosteiro de São Bento,
no Rio de Janeiro, a talha de madeira dourada
começou a ser colocada em 1717.
Porto de embarque de riquezas rumo à metrópole, o Rio de Janeiro tornou-se a cidade mais importante da colônia, e sua capital em 1763. A transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro coincidiu com o auge da extração de ouro e pedras preciosas que escoaram por seus portos. Como em Salvador, a passagem do dinheiro deixou marcas no desenvolvimento da cidade, enriqueceu sobremaneira a arte barroca e a decoração das igrejas e atraiu muitos artistas e artesãos. 

Beleza barroca no centro do Rio



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Em meio à agitação do Largo da Carioca, esconde-se um dos mais belos tesouros do Rio de Janeiro: a Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, localizada no alto do morro de Santo Antônio. Considerada a expressão máxima do barroco brasileiro, a igreja começou a ser construída em 1657 e só ficou pronta em 1772. Somente o processo de douração levou 30 anos.
Segundo dona Desirée, como gosta de ser chamada, coordenadora do local já há 10 anos, a igreja recebe vários turistas estrangeiros e de outras partes do Brasil, mas cariocas a visitam muito pouco. “Por ser uma igreja recuada, quem a vê pensa ser a continuação da do Convento de Santo Antônio. Eu botei uma placa na frente, com a ajuda do IPHAN, para melhorar a sinalização”, diz.
A construção luso-brasileira exibe o trabalho de três dos maiores artistas portugueses da época: Manuel de Brito, o mestre escultor Francisco Xavier de Brito e o pintor Caetano da Costa Coelho, responsável pela pintura da glorificação de São Francisco em perspectiva.
Atualmente não estão sendo celebradas missas, devido ao processo de restauração, um investimento da ordem de 3,5 milhões de reais feito pelo BNDES, através da Lei Rouanet, de incentivo à cultura. “Não há missas, pois o povo não sabe se comportar. Mas continuamos realizando casamentos”, explica Desirée. Na entrada é cobrada uma taxa de dois reais, destinada à manutenção da limpeza. “Como estamos sem a arrecadação das missas, tivemos de cobrar um ingresso para podermos manter o local limpo”, esclarece.
Todo o seu interior é revestido em talha de madeira recoberta com folhas de ouro, diferentemente das igrejas de Minas Gerais, revestidas por ouro em pó. As imagens de santos vieram todas de Portugal. Um dos seus destaques é o piso do altar-mor, em encaixe de mármore, repetidos nas pinturas dos painéis laterais. Em uma sala lateral, encontra-se um pequeno museu contendo alguns objetos usados na Procissão das Cinzas. Entre eles, a imagem de Cristo em papel marché, usada nas famosas procissões.
A igreja fica aberta para visitação de quarta à sexta, das 11 às 16 horas.
Endereço:Largo da Carioca, 5 – Centro
Tel/Fax: (21) 22620197

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